Debaixo do caramanchão
A infância se espalhava em sonhos
Ao lado de nosso pai
A criatividade se multiplicava
Saudades...
De tudo fazia por nós!
Sem recursos financeiros
Vivíamos na riqueza do amor
Brinquedos, tínhamos muitos feitos por nosso pai!
Eram caleidoscópios, piões, arraias, bonequinhos que pulavam
acrobaticamente
Carimbos de caroço de abacate ou de batata, petecas de milho, carrinhos
de madeira
Corações entrelaçados de fitas de papel fazendo um saquinho e cheios de
doces coloridos
Tantas coisas para contar! Tantas!
Ele adorava fazer pasteis, salada de batata com sardinha e maionese caseira... e nós adorávamos comer!
E quando voltava da rua! Perguntávamos logo por presentes!
Presentes, eram pirulitos, bombons (balinhas), doces...
Se ele não tinha, falava que vinha trazendo, mas, pegou uma ladeira (a ladeira de quebra bunda! kkk) e escorregou...
E foram todos os docinhos pelo chão...
Ficávamos tão tristes! Não lembro se por causa dos doces que não chegaram ou se o nosso pai que caíra...
Tantas coisas para contar! Tantas!
Ele adorava fazer pasteis, salada de batata com sardinha e maionese caseira... e nós adorávamos comer!
E quando voltava da rua! Perguntávamos logo por presentes!
Presentes, eram pirulitos, bombons (balinhas), doces...
Se ele não tinha, falava que vinha trazendo, mas, pegou uma ladeira (a ladeira de quebra bunda! kkk) e escorregou...
E foram todos os docinhos pelo chão...
Ficávamos tão tristes! Não lembro se por causa dos doces que não chegaram ou se o nosso pai que caíra...
Ah! E as noites! Noites pra que lhe quero?
Para enchê-las de bichinhos feitos com sombras de mãos e cabeças!
Nossa infância foi embalada em rede
Por histórias de fantasmas contadas em noites escuras
(normalmente faltava energia)
“...
e ele do alto da escadaria, no casarão antigo, ouvia o arrastado de
correntes... e uma voz perguntava: Cai ou não cai? ... outra voz respondia:
Caiiiii.... E o braço dele rolava pelas escadas, até chegar ao chão... e o
vento zumbia.... e os meninos que desobedeceram os pais e entram na casa
abandonada tremiam, igualzinho a vara verde...”
Quem não gostava nadinha dessas histórias era Dona Aldenora!
Depois de cada noite sem luz
Suas crias iam dormir com ela tremendo de medo de fantasmas...
A vida se resumia em brincadeiras, alegrias...
Preocupações nossos pais tinham e muitas!
Mas, nós, crianças pouco sabíamos delas
Eles protegeram nossas infâncias!
(Texto: Sandra Maria de Aguiar Coelho; Foto: (?); Imagem: Adauto Coelho)