O Relógio
(por Sandra Maria de Aguiar Coelho)
Sinto (sempre que o vejo) a falta do bater
Do relógio de pendulo da Tia Yaiá
Que ainda está sem bater na minha parede do escritório
Não sei quem conserta... ou tenho receio de não ter jeito...
Sinto (de vez em quando) a nostalgia n'alma
De não-sei-o-quê, não-sei-por-quê e não-sei-de-onde...
Quanto a solidão, sinto não
Sinto minha família sempre
Sempre perto do coração!
Se o relógio bate, às vezes, solidão
(por George Alberto de Aguiar Coelho)
Pro frio forte, me basta um cobertor
Pra fome e sede, preciso d'água e pão
Tomo remédio pr'aliviar a dor
Mas mesmo assim, inda não me sinto são
Aperta minha mão. Careço de amor,
Se o relógio bate, às vezes, solidão.
Solidão
(por Sônia Maria de Aguiar Coelho)
Se o nome é solidão, não sei.
Mas sinto algo e é minha amiga.
Com ela, se sinto a ausência, danço e canto.
Eu a embalo e imagino.
Não me maltrata e é minha companheira.
Por isso fico quieta. Sinto o frio, sinto a dor, sinto a música.
Não há falas vulgares. Silêncio.
Com ela, eu ou o que sou.
P.S.: Acima, trocas de e-mails poéticos entre irmãos, no dia 22/11/2010.
(Foto: Sandra Maria de Aguiar Coelho. O Relógio é legado de minha Tia Yaiá para mim.)