segunda-feira, 9 de julho de 2012

Entre o intenso e o periférico



Vezes, tem dias
Que vontade tenho
De ficar na margem
Para observar o povo

Vezes, tem dias
Que aspiração não falta
De voar pelo rio
Sentindo só as goticulas no rosto
E o calor úmido

Voar, em “voadeiras” no norte do Brasil
Em rios largos, profundos, mansos...

Vezes, tem muitos dias
Que anseio, não falta
De que a saudade,
Dor tão intensa,
Seja apenas periférica
Como uma brisa suave 
Sentida a beira de um rio...


P.S. 1: A primeira vez que andei de voadeira foi no Norte do Brasil, quando morei na cidade de Bom Jesus do Tocantins/Tocantins. Época em que, mesmo com ponte entre as cidades Pedro Afonso e Bom Jesus do Tocantins, o transporte mais usado era a bem dita voadeira.

P.S.2: Infelizmente, não tenho nenhuma foto deste curto período de tempo.


P.S.3: Quem tiver a oportunidade de ir nesta região, aproveite os meses de julho e agosto, época em que as águas baixam e no meio do rio, forma uma ilha, com praias, onde as prefeituras destas duas cidades se reversão ano a ano, e montam uma estrutura com barracas para alugar, criam palco para os shows, etc. A diversão é de dia e de noite. Fiz a "loucura" de atravessar o rio Sono de madrugada na voadeira! muito vento frio (para uma nordestina sem agasalho) e uma escuridão total, só um pequeno foco de luz de uma lanterna ajudava a visualizar o caminho! Depois que passa, uma grande experiência.


P.S.4: Não sei, hoje, como estão as cidades citadas.    





(Texto e Foto: Sandra Maria de Aguiar Coelho. Local: Delta do Parnaíba/PI/Nordeste/Brasil)